Lula, o Luiz Inácio, é um ícone da minha geração. Desde o fim dos anos 70 ele concentrou em si uma torrente de esperanças de uma boa parcela do povo brasileiro, e, por que não dizer, de todo o mundo. Lembro da canção dos Paralamas, “Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou”.
Nunca fui adepto de personalismos ou crente em salvadores da pátria; mas Lula simbolizava e simboliza um tipo de esperança necessária, baseada num jeito de ver o mundo pela esquerda. Um mundo mais coletivo, menos individualista, baseado na tolerância e na solidariedade.
Participei de todas as campanhas para eleger Lula presidente. Não por ele, mas por esse modo de pensar, por essa corrente de pensamento de esquerda. Desde 89, quando João Amazonas construiu a Frente Brasil Popular, seguimos juntos: Lula, o PT , PCdoB, do qual faço parte desde 88 e outras forças políticas.
Aliás, aquela campanha de 89 merece destaque na memória de quem participou. Era muito forte, emocionante. As campanhas seguintes, de 94 e 98, também traziam esperança, mas não era a mesma coisa. Só em 2002, na ressaca cruel do neoliberalismo, voltamos a sonhar de verdade. Mas o sonho não se realizou na eleição. O sonho nunca foi de eleger Lula. O sonho era e é maior: o sonho é de construir um país justo e feliz.
O começo do governo Lula foi difícil. 2005 foi o inferno, aliás. Alguns equívocos de aliados e a incessante artilharia da mídia direitista pareciam que iam nos alijar do sonho, em nome da “moralidade”. Mas a sagacidade de Lula é algo digno de nota, e no auge da crise ele foi para os braços do povo. Percorreu o país numa verdadeira peregrinação, falando diretamente com as pessoas, que para o espanto da mídia golpista entenderam o recado e quem ficou com a brocha na mão foi a imprensa.
Em 2006, contrariando o que seria um fácil retorno das forças retrógradas ao poder, a virada do jogo veio “nos braços do povo” e, novamente, a “esperança venceu o medo”. A partir de então o governo começou a colher os frutos de políticas públicas de inclusão, distribuição de renda e estímulo ao crescimento econômico, e os índices de popularidade de Lula nunca mais pararam de crescer.
Nesse período, tive a oportunidade de presenciar alguns comícios com Lula. O seu jeito de falar com as pessoas é bastante diferente do que costuma ser a oratória política. Ele sabe comunicar e sintetizar os anseios coletivos como poucos. Penso que boa parte dessa capacidade é fruto de sua origem humilde e de seu espírito transformador, revolucionário.
O contato com o povo foi uma forte marca do seu governo. Já na posse em 2002, Lula quebrou o protocolo para abraçar o povo. O mesmo povo que o consagrou, pois ele faz parte desse povo e governou para esse povo.
O contato com o povo foi uma forte marca do seu governo. Já na posse em 2002, Lula quebrou o protocolo para abraçar o povo. O mesmo povo que o consagrou, pois ele faz parte desse povo e governou para esse povo.
Não preciso falar da eleição de 2010. Ela está viva em nossa memória e está sendo relembrada exatamente agora enquanto escrevo, minutos antes da posse da Dilma, nossa presidenta.
Escrevo, aliás, porque estou emocionado com isso tudo. Temos grandes esperanças no futuro e já temos uma vida melhor neste presente. Vamos agradecer sempre o que Lula tem feito pelo Brasil e pelo mundo. Sei que ele vai continuar fazendo o que puder, mas não custa reiterar que o povo quer: Lula, continue com a gente!
Um comentário:
Mano, Este texto sintetiza o pensamento e o sentimento de quem acredita que o melhor sempre está por vir mas nem por isso ainda não faça parte do presente.
O povo brasileiro continuará sendo ouvido e com certeza continuaremos a falar.
Beijos
Silvia
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