terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Garibaldis & Sacis, o fascismo e a polícia (que virou caso de polícia!)

Olha quanta coisa acontecendo e eu sem escrever! Assim não dá!

Ainda não fui no "Garibaldis" este ano. Mas estou lá todo domingo de alguma forma, pelas fotos que vejo, pelos amigos que contam como foi e assim é. Para um joinvillense (onde há bem menos carnaval que em Curitiba) não é de se estranhar.

Então eu não estava lá no domingo e não levei tiro nem cacetada. Mas vou dar palpite mesmo assim.

Na segunda-feira fui até o Largo na concentração chamada Bandeira Branca. Mais que uma manifestação, foi um bate papo entre pessoas que estavam tentando entender o que aconteceu realmente, para saber como se posicionar.

A Gazeta do Povo até fez uma matéria bacana (leia aqui), mas outros órgãos de imprensa, a polícia e o próprio governo pisaram feio na bola ao falar em dois lados: Foliões X PM; como se o incidente de domingo tivesse sido culpa dos "dois lados". Mas não há "dois lados". Há uns poucos babacas vândalos, há policiais brutos e sem comando e há a imensa maioria das pessoas que só queria se divertir e sofreram as consequências.

Qualquer raciocínio simplório levaria à conclusão de que se os milhares de foliões que estavam no Largo domingo resolvessem barbarizar e vandalizar, não haveria contingente policial ou bala de borracha que segurasse a onda. Ora: 99,99% das pessoas que estavam no Largo só queria se divertir em paz!

O problema é que a Polícia Militar resolveu (por que?) tratar a todos pior de que se fossem vândalos, por ser incapaz de  isolar e conter os poucos gatos pingados, espíritos de porco, dispostos a estragar a festa.

Então a lógica da PM foi a pior possível, a do fascismo. Ao se ver atacada por alguns poucos vândalos, a PM resolveu distribuir bordoadas no atacado e combater TODO MUNDO. Mas havia milhares de pessoas lá. Famílias inteiras, idosos, crianças e marmanjos "do bem", que não queriam confusão nenhuma.

E aí, me desculpem aqueles que não querem politizar a questão, é difícil não fazer paralelo com o que houve na comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, há poucas semanas. Difícil de não se revoltar contra esses governos tucanos que querem impor até as formas de diversão que as pessoas devem escolher; que fecham bares e dificultam o trabalho dos músicos, como o quem vem acontecendo na noite curitibana desde o ano passado.

Há também a tese de que a confusão teria sido planejada e iniciada por pessoas contrárias a existência de carnaval em Curitiba; pois vamos combinar, tem louco pra tudo. Então, grupos de direita, que pregam a pureza da "raça" e imbecilidades desse nível, estariam incomodados com o vertiginoso crescimento do Bloco Garibaldis e Sacis. Essa tese é reforçada por relatos de que a confusão se alastrou por bares do São Francisco, que sofreram ataques gratuitos na noite de domingo.

Independente das teses, fico com os Garibaldis & Sacis que na concentração de segunda rechaçaram o revanchismo e o espírito de vingança. Preferiram levantar bandeira branca, pois apesar da indignação, só com espírito leve e democrático esse tipo de manifestação popular se sustenta.

O registro que fiz em vídeo é autoexplicativo do espírito dos foliões, completamente desarmados do que não seja vontade de brincar e ser feliz.

Um comentário:

Paula Wielevski disse...
Este comentário foi removido pelo autor.