Entre os saldos da campanha eleitoral para presidente do ano passado, muitos falavam de uma onda de intensificação da intolerância, de preconceitos, do ódio de classe. Na época, postei um texto chamado: “Serra plantou ódio; país colhe preconceito” de Rodrigo Vianna. O texto trazia um vídeo, que já foi removido do youtube, mas que mostrava como a intolerância pipocava nas redes sociais naquele outubro em que elegemos Dilma presidenta.
Coincidência ou não, o que vemos neste 2011º ano da graça é um turbilhão de reações conservadoras e de patrulhamentos em questões pessoais, que absolutamente não dizem respeito a mais ninguém que o próprio indivíduo. A saber: opção sexual, opção de uso de substâncias lícitas (comida, cigarro, álcool) e ilícitas (maconha e outras drogas), uso da fala, enfim... preconceitos e patrulhamentos no atacado.
Há uma intolerância sistemática, pregada pela imprensa sobre as coisas e substâncias que “fazem mal”, outra intolerância declarada pelos religiosos sobre algumas posturas que seriam “pecado”, mais uma intolerância recente sobre o suposto “falar errado” e por aí vai.
Resumindo: temos que acessar a imprensa dona da verdade, quase como se “a verdade” existisse, para vivermos de acordo com essa “verdade”. Em nenhum momento a “felicidade” é oferecida. Mas estar em desacordo com essa “verdade” é proibido implicitamente e é desaprovado por essa nova moral.
A “verdade” foi pregada na Marcha da Maconha, que foi proibida, e virou Marcha da Verdade, também proibida na prática. A violência policial estava liberada. Pipocam vídeos com absurdos cometidos contra a “marcha”, pois essa seria uma apologia ao uso de drogas.
Não vou discutir o uso de maconha, cigarro ou álcool. São substâncias que algumas pessoas usam de maneira recreativa, e que pode desencadear dependências e doenças diversas. Discuto a liberdade, a individualidade, o direito à opinião.
Outras questões como a opção sexual ou o uso de variantes da língua são superadas para mim. Mas são motivo de preconceito e intolerância, fomentadas pela própria imprensa e por seitas religiosas.
Tudo isso me incomoda profundamente, então acho que deveríamos lançar uma campanha: INTOLERÂNCIA ZERO!
Só não vamos tolerar a injustiça e a falta de respeito, que, no limite são fontes de intolerância.
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