quinta-feira, 15 de março de 2012

NOTA: Meu nome não é Rose

Reproduzindo:

Nota

Na segunda-feira à noite recebi aquele que seria o primeiro de vários telefonemas com a seguinte pergunta: “Você é a Rose?” Não, não sou a Rose, não conheço nenhuma Rose, não trabalho com doces ou festas. Ontem, 13/3, às 17 horas compareci espontaneamente à Delegacia de Homicídios para prestar depoimento devido ao fato de o número de meu celular estar num bilhete acompanhado de docinhos envenenados. De fato, o número do celular no bilhete é meu, me pertence há anos, mas não me chamo Rose, não tenho nenhuma relação com o crime, conforme averiguado pela polícia; trata-se de uma coincidência. Não conheço nenhum dos adolescentes vítimas do atentado. Meu número de telefone foi divulgado na Tribuna do Paraná por meio do bilhete anteriormente citado. Por um lado, isso me causou espanto, já que essa seria uma informação sigilosa e, por outro, senti-me desrespeitada. Essa situação está me causando transtornos; não consigo mais usar o celular que é meu desde 2005, pois várias pessoas estão me ligando e perguntando se sou a Rose. Preciso usar meu telefone para fins pessoais e profissionais, mas não posso, porque ele toca a cada dez minutos aproximadamente. Quero deixar claro que também fui uma vítima, já que usaram o número de telefone que coincidentemente é meu para cometer um ato criminoso. O jornal deveria ao menos ter averiguado se o número do telefone existia, se pertencia a algum inocente. Espero que esta situação sirva ao menos para que a imprensa passe a ter mais cuidado com o tipo de informação que divulga. Estou certa que há limites para a chamada liberdade de imprensa.

Assinado: Meu nome não é Rose

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