terça-feira, 10 de maio de 2011

E Toni Reis se casou...

Foto de Walter Alves da Gazeta do Povo
Desde que cheguei a Curitiba, no meio dos anos 90, lembro da figura de Toni Reis, sempre com seu companheiro, David Harrad, lutando por respeito e cidadania, pela sua e pelas mais diversas opções sexuais.

Toni fundou o Grupo Dignidade e preside Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), entidades símbolo nessa luta que vai das questões legais ao combate às DSTs e à violência.

Lembro de um episódio noticiado em rede nacional de TV em que seu companheiro estava prestes a ser obrigado a deixar o país. Inglês, David não tinha mais visto, não lembro dos detalhes. Na época, a mãe de Toni se propôs a casar com o companheiro do filho para proporcionar sua permanência legal no Brasil.

O fato da união homoafetiva ter sido reconhecida em processo no STF traz um debate sobre o papel do poder legislativo; pois essa questão, como tantas outras, já deveria ter sido resolvida no congresso. Mas esse debate fica pra outra hora.

Por agora, penso que Toni Reis é um personagem de Curitiba. Entra para a história da cidade e do país. Sua união legal com David Harrad foi notícia mundial.

Acompanhei uma entrevista com Toni depois do casório e ele sabiamente afirmou que não pretendia afrontar ninguém, somente queria viver dignamente e ter seus direitos de cidadão respeitados.

Deve ter sido um belo casamento, e por tudo o que representa será lembrado. Que sejam felizes e que sejamos todos tolerantes.

Só não sejamos tolerantes com a injustiça.

Um comentário:

Mauro Mueller disse...

Não querer confrontar ninguém e aparecer na mídia, tá OK. Agora, não querer confrontar ninguém e contratar assessoria de imprensa para cobrir o casamento? Estranho. Eu sou conhecido em Curitiba e não contratei assessoria de imprensa para o meu casamento pois era um fato da minha vida particular. Fatos da vida particular só vão à público para quem não tem mais nada para mostrar para o público além de atitudes que visam somente APARECER. Nada contra ninguém e muito menos contra a opção sexual de ninguém. Mas, usar a opção para aparecer, é meio estranho. Só isso. Estranho.