sexta-feira, 16 de julho de 2010

A caminhada de Osmar Dias e Dilma Rousseff

Mais um belo artigo do meu amigo camarada Joel Benin. Para quem estranha a aliança da Lula e dos partidos de esquerda com o Senador Osmar Dias, há muitas convergências de projeto e de posicionamento. Leia e confira:


Em 2001, seguindo o programa nacional de privatização, liderado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador do Paraná, Jaime Lerner, encaminhou à Assembléia Legislativa um projeto de lei propondo a privatização da COPEL- Companhia Paranaense de Energia Elétrica. Os partidos políticos de oposição ao Governador - PMDB, PT, PDT, PCdoB e outros - hoje aliados na disputa eleitoral de 2010, juntamente com as entidades estudantis e Centrais Sindicais, e que contavam, como uma das principais lideranças, com o senador Osmar Dias, organizaram uma campanha que ficou conhecida como “A COPEL é Nossa”.

Esse movimento realizou várias mobilizações, com apoio da maioria da opinião pública do povo paranaense.

O Brasil, no período, vivia um quadro de instabilidade econômica, enquanto cresciam e se fortaleciam os movimentos de oposição aos governos FHC e Jaime Lerner. As lutas contra as privatizações simbolizavam um movimento nacional de resistência, por entender que as privatizações poderiam trazer o desmonte das empresas públicas do Estado.

A defesa destas idéias privatistas se baseavam em dois argumentos centrais; o primeiro dava conta de que as empresas estatais eram ineficientes e davam prejuízos. A segunda que, com a venda das empresas, o governo teria mais dinheiro para investir em setores em que o Estado realmente tem obrigação: Saúde e Educação. Porém, na prática, o PND – Plano Nacional de Desestatização - tinha como objetivo prioritário diminuir a dívida pública, através da aceitação de títulos públicos como moeda de privatização.

Além disso, mais estrategicamente, aparecia o objetivo ideológico na proposta desestatizadora que se constituía no ataque à concepção de Estado nacional.

Mesmo com a autorização da Assembléia Legislativa do estado do Paraná que, aprovou a medida com diferença de apenas um voto, o efeito do movimento contra a privatização, associado a disputas jurídicas e ao enfraquecimento do projeto neo-liberal, especialmente na América Latina, impediram que a COPEL fosse entregue ao capital privado.

Com a chegada de Lula à Presidência da República e de Roberto Requião ao governo do estado do Paraná, em 2002, e suas reeleições em 2006, as idéias privatistas e de desestatização sofreram uma derrota estratégica.

Nestes oito anos de governo a visão de fortalecimento das empresas públicas e do Estado nacional, como formas de garantir o crescimento e desenvolvimento econômico e social teve predominância.

O candidato a governador do estado do Paraná, senador Osmar Dias que lidera a Frente de Partidos a qual inclui PMDB, PT, PDT, PCdoB, PR e PSC, no processo eleitoral de 2010, reafirma a necessidade de combater as idéias privatistas, chegando a afirmar que será proibido o termo privatização, em seu governo.

Sua plataforma é nucleada pela idéia da defesa da empresa pública. E vai além, quando defende mais duas questões fundamentais para o desenvolvimento social no país: a educação em tempo integral e a manutenção dos programas sociais. Esta frente ainda conta com as lideranças de Gleisi Hoffmann e de Roberto Requião, que disputam vagas para o Senado da República e sempre estiveram associados à luta contra as privatizações e pela soberania nacional.

Como destaca  Pierre Ansart, em sua obra Ideologias, conflitos e poder, “Os contemporâneos podem constatar que as lutas políticas são simultaneamente lutas de idéias e que a intensidade dos confrontos dá lugar a uma intensificação dos confrontos simbólicos”(ANSART, 1977, p. 51)

Com base neste ideário, o ciclo político iniciado por Lula em 2002, pode fazer com que o Brasil avance ainda mais com a vitória de Dilma Rousseff à Presidência da República.

Fatores como a descoberta do Pré-sal, o crescimento econômico, que pode chegar a até 7%, ainda este ano, mais fortalecem o país, no sentido de construir um projeto nacional de desenvolvimento que levará o Brasil a figurar entre as cinco maiores economias do mundo até 2016, quando da realização das Olimpíadas Mundiais, no Rio de Janeiro, passando pela Copa do Mundo de 2014.

Referências
ANSART, P. Ideologias, conflitos e poder. Rio de Janeiro: Zahar, 1977

* Joel Benin História/Bacharelado – UTP - Secretário de Formação do PCdoB do Paraná. Foi membro da Comissão Nacional de Mobilização da III Conferência Nacional do Esporte – Ministério do Esporte; presidente da UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas; da UPE – União Paranaense dos Estudantes; dirigente nacional da UJS – União da Juventude Socialista; Presidente do PCdoB de Curitiba; Chefe de Gabinete da Paraná Esporte.

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